Minha Jornada à Viamão - RS
Quando descobri o inconcebível

Como toda historia, esta tem um começo. Geralmente o inicio de um relato é algo simples e sutil, claro o suficiente para localizar os atores da mesma no espaço e no tempo. Meus avós moravam em Viamão, uma cidade com ares de interiorana, apesar de ser uma cidade metropolitana (pertence a região da Grande Porto Alegre). Pois bem, era o mês de junho de 1996 e estava de férias. Resolvi então pegar minhas economias e viajar ao sul do país para visitar meus parentes. Não sabia que esta simples decisão iria mudar para sempre minha vida.

Após duas horas de vôo, tivemos dificuldades de pousar em Porto Alegre, pois a chuva era muito forte. Felizmente um primo estava nos esperando no Aeroporto. Depois de mais uma hora chegamos na casa de meu avô, que ficava num bairro chamado Águas Claras.  De inicio já fomos entregando as lembranças que trouxemos de casa. Já devia ser uma da madrugada e, após tomarmos um bom café fomos dormir, pois tinhamos muito a fazer naquele final de semana.

(...)
Quando acordamos com o canto do gansos, a chuva já tinha parado. Tomamos café e resolvemos aproveitar a bela manhã e dar um passeio para conhecer melhor a cidade e fazermos umas fotos, motivo principal da viagem. Estavamos organizando um trabalho para a Universidade sobre cidades turisticas e Viamão se encaixava perfeitamente no perfil que nos foi exigido, principalmente porque tinha parentes lá como disse e estava de ferias..

O primeiro local a conhecer seria o Parque Saint Hilaire, que fica já na saida do municipio (ou na entrada para quem chega). O parque não tinha muitos atrativos e parecia abandonado. A pessoa responsável nos avisou para não adentrarmos muito no mesmo, pois era perigoso. Mas como o trabalho exigia muitas fotos e detalhes, resolvemos ir bem além do razoavel. Passamos por um corrego, varios campos de futebol e muita mata cerrada.

Quando o porteiro do Parque nos alertou, o mesmo falava de assaltos que, apesar de raros, poderiam ocorrer. Meu colega trazia consigo uma arma, devidamente registrada e por isso não estavamos com muito medo, apesar de estarmos atentos a qualquer ruido. Derrepente sentimos como se algo ou alguem corresse em torno de nós. Nos encontrava-mos numa clareira e não se ouvia um unico passaro. Até o vento parecia que tinha parado.

Neste momento ficamos um pouco espantados mas não exatamente com medo e resolvemos ir mais além. Foi quando notamos que realmente algo estava nos seguido. Fizemos de conta que não sabiamos mas nossos corações começaram a bater mais forte. Involuntariamente resolvemos não olhar para traz, mas sabiamos que algo estava nos seguindo. Parecia grande. Meu colega que estava a minha frente parou e voltou-se para mim lentamente, olhando para o chão sem levantar a cabeça. Eu parei e instintivamente preparei minha maquina fotografica. Vi quando o Ricardo ergueu os olhos e fez uma cara de espanto como nunca tinha visto.

"O que foi? O que esta vendo? É um bicho?" - perguntei completamente apavorada. Neste momento algo passou tão rapido que cai e apenas pude notar um vulto, enquanto meu colega permanecia paralizado. Desfeitos do susto e automaticamente começamos a correr de volta. Parecia muito mas distante deste vez. Só paramos para respirar e conversar quando estávamos no portão. O zelador nos olhou por baixo dos oculos perguntando se havia acontecido algo, pois tinha ouvido um grito.

Eu não lembro de ter gritado e mais tarde Ricardo também disse que nenhum de nos gritou. No carro, ele dirigia de volta para Águas Claras, sem falar. Depois de alguns minutos, talvez 5 ou mais, perguntei para ele o que era aquilo. Ele sacudiu a cabeça e disse que quase sem voz "Não sei..." . Paramos então num restaurante proximo ao centro da cidade e começamos a nos olhar. Primeiro ele começou a rir, como se estivesse maluco.

"Sabe, quando estavamos indo em direção da mata e sentimos que algo ou alguem estava nos seguindo, eu não senti medo, pois achei que fosse um animal. Mas sempre que olhava para traz, talvez sem voce notar, a coisa sumia. Não era humana pois era muito rapida. Cheguei a pensar que fosse uma ave ou mesmo um cão. Mas a cada passo mais duvidas eu ficava e não tinha coragem de voltar nem de olhar para traz. Não queria lhe dizer. Estava com a arma carregada mas mesmo assim sabia que não teria chance mas não quiz assusta-la." - Revelou Ricardo, aparentemente transtornado com o que vira.

Então perguntei afinal o que tinha visto ou se chegou a ver algo quando se virou. Ele me respondeu que quando se virou, mesmo de cabeça baixa, notou que havia algo muito maior que um ser humano, de cor negra a uns 10 metros atraz de mim. Estava apavorado em olhar para ver com mais detalhes mas era algo desconcertante que tinha medo de ver. Mesmo assim, quase que sem ter outra saida ergueu os olhos e pode ver algo assustador. Era como aqueles filme de horror com uma critatura com um manto negro onde não se encherga o rosto. Mas este tinha um rosto que não deu para ver claramente, pois ele cruzou rapidamente por nós.

Pedi detalhes, afinal eramos estudantes e não acreditavamos em fantasmas e coisas do genero. Talvez fosse alguem querendo assustar, sei lá.

"Sabe Ana, não poderia ser uma pessoa, pois era muito alto e se movia tão rapido que era impossivel ser um animal tipo urso ou seja lá o que." - Disse ele olhando fixamente para mim. Resolvemos então voltar para Águas Claras e conversar com meu avô, pois na certa ele saberia alguma coisa, lendas, historias da região etc.

Infelismente nossos parentes nunca tinham ouvido falar naquela coisa e acharam que estavamos brincando. Meu avô como era do exercito, chegou a pensar em falar com uma colegas para dar um "batida" no parque para averiguar, pois achou muito curioso. Mas achamos melhor não fazer nada e continuamos nosso trabalho em outros locais como em Itapuã, Morro Santana e outros locais que um conhecido de meu avô indicou para mostrar a cidade.

Acreditem ou não algo havia naquele parque naquela manha fria de inverno. Se era um ser vivo ou alguma criatura de outro planeta não posso afirmar pois eu não vi diretamente. Não acredito em assombrações e coisas do genero mas meu colega nunca mais foi o mesmo. Ele tem procurado ler a respeito de lendas locais e esta fazendo um trabalho nesta area. Depois que terminamos o curso ele foi para Pernanbuco e trabalha com informatica. Tenho tentando entrar em contato para saber se resolveu aquele misterio mas ele me diz apenas para aguardar.

Ana Carolina
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